O jornalista Fernando Lemos lança seu olhar crítico e provocativo sobre temas atuais, alimentando um debate sobre o Ponto de Interseção ao qual a Humanidade vem se submetendo para desfrutar dos "benefícios" da modernidade, sob a ótica da Naturologia e de um dos mais importantes gurus do ideal naturopata, Efraín Melara.

quarta-feira, 21 de março de 2007

O pecado capital

A desconexão do todo, a violação das leis biológicas e o rompimento do equilíbrio natural levam à doença. Homens doentes criam uma cultura doente, uma família doente, uma sociedade doente, uma civilização doente, uma Humanidade doente. Violando seu microcosmo, seu corpo, que é igual ao macrocosmo, porque o que está dentro é igual ao que está fora, o que está em cima é igual ao que está embaixo, a vida é pura dialética, e quebrando as leis biológicas, o homem passou a reproduzir externamente o que fez internamente, em seu próprio corpo - passou a querer dominar a natureza, como se não fizesse parte dela. Passou a querer conquistá-la.

Esse é o pecado capital do homem, a violação das leis biológicas, o apartar-se da natureza e que gerou tantos outros pecados e essa história de horrores que é a nossa civilização.

Homens doentes só são capazes de reproduzir as doenças (e não de transmiti-las, como dizem os mitos da nossa civilização). O que se transmite é a cultura doente criada pelo homem doente. Mesmo o conceito de Humanidade é um conceito doente, pois na verdade a humanidade não existe, o que existe são os indivíduos. A doença básica do homem gerou a multidão, onde as responsabilidades são diluídas. Gerou as nações. Gerou as religiões. Gerou a busca do elo perdido, através do chamado espiritualismo.

Há vários nomes para essas doenças, da mesma forma que as diversas manifestações de desequilíbrio no microcosmo que é o corpo humano recebem nomes diversos, de acordo com o órgão onde se dá a manifestação do desequilíbrio. Nesse feixe de energia no qual nós vivemos - o nosso veículo, chamado corpo -, as doenças recebem diversos nomes de acordo com o sintoma, os sinais que emite.

Igualmente, as formas exteriores dessa doença recebem nomes diferentes: tempo, morte, Deus, desejo, propriedade privada, conquistas e guerras, dominação, poder, destruição, dinheiro, ambição, inveja, cobiça, crimes, racismo, superpopulação, consumismo, medicinas, violação da natureza, poluição, destruição dos rios, esgoto, lixo, esgotamento dos recursos naturais.

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