O jornalista Fernando Lemos lança seu olhar crítico e provocativo sobre temas atuais, alimentando um debate sobre o Ponto de Interseção ao qual a Humanidade vem se submetendo para desfrutar dos "benefícios" da modernidade, sob a ótica da Naturologia e de um dos mais importantes gurus do ideal naturopata, Efraín Melara.

quarta-feira, 21 de março de 2007

A velocidade da transformação

Hoje nós chegamos a uma situação onde a globalização e a revolução tecnológica aumentaram a velocidade da transmissão da ignorância de forma dramática – o que está levando ao impasse total, apressando o grande impasse civilizatório. O tudo ou nada inevitável.

A nova tecnologia e a globalização levaram a um mundo plano, como disse o jornalista Thomas Friedman. Temos que chegar ao fim da história, não o fim da história visualizado por um outro economista americano, porque o capitalismo se tornou dominante com o fim do socialismo, o fim do império soviético, mas porque temos que acabar com as ilusões, deixar de viver uma longa e entediante ficção. Com o chamado “fim da história” visualizada nos Estados Unidos, a única coisa que aconteceu foi que chegamos muito rapidamente ao ponto do não retorno.

O universo não resistirá ao crescimento da Índia e da China, se continuar nesse ritmo, ingressando na aldeia globalizada, buscando mercados e se abrindo a eles, aderindo à febre consumista que sustenta esse crescimento. Imagine mais milhares de pessoas comprando carros? Ou ampliando o mercado de quinquilharias inúteis, que aumentam o PIB, o crescimento, mas destroem o planeta? China e Índia destruindo ainda mais seus rios, desertificando a terra por enchê-la de venenos? Se metade do mundo consumisse no ritmo dos norte-americanos, o planeta já teria explodido. E é para isso que estamos caminhando, porque Índia e China, sozinhos, representam mais da metade da população mundial. Na índia, menos de 10% de sua população têm espaço no mercado de consumo, mas só com isso a Índia já é, hoje, o maior mercado consumidor do mundo, em quantidade – embora ainda não em valores.

Mas a história é que tem que acabar, por ser uma longa bobagem, uma ficção do homem perseguindo o Santo Graal. O homem tem que desinventar o tempo, a morte, o desejo, o poder, e acabar com as multidões em função do indivíduo.

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